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A imagem é uma ilustração em aquarela vibrante e detalhada. No centro, há um homem de barba tocando um contrabaixo, com uma criança loira em pijamas sentada em seus ombros, segurando um microfone vermelho. Ao redor deles, flutuam diversos objetos e figuras que criam uma sensação de fantasia e imaginação: planetas coloridos (um com anéis e outro com faixas em tons de laranja e marrom), um rádio portátil vermelho e azul conectado ao microfone, um dinossauro verde (Tiranossauro Rex) em miniatura, um pterodáctilo voador, um meteoro ou rocha espacial e um xilofone colorido com rodas. A combinação de elementos musicais, espaciais e de dinossauros forma uma cena mágica e surreal, como um mundo de imaginação infantil onde música, ciência e fantasia se encontram.

tá tudo bento

Ilustração de estrela em aquarela
Ilustração de estrela em aquarela
fundo aquarela vava.jpg

tá tudo bento

O disco

ilustração de planeta em aquarela com tons alaranjados
Ilustração de estrela em aquarela
Ilustração de estrela em aquarela

Bento bentou!

Tá tudo bento é meu quinto álbum solo. Um disco de família, que trata da experiência com esse ser que chega e ilumina, o professorzinho, como costumo dizer, o Bento. Por mais pessoal que seja, e é, como em tudo que escrevo, os múltiplos significados ganham força tornando o individual em coletivo. As músicas são fruto da observação, para além da relação direta entre pais e filhos – observação da criança enquanto ser senciente, que mesmo sob a dependência dos responsáveis tem sentido próprio e sua razão de ser. A maravilha em desenvolvimento, uma bola de neve agregadora de exemplos e motivações, um arco-íris com tesouros do início ao fim. As composições em sua maioria são parcerias entre Bento e eu. Uma criança que passa os dias compondo ou improvisando, como preferirem, é um rica fonte de insumos e inspiração ao pai que trabalha com a música. O menino flagrado cantando é gravado pelo coruja que na sequência escreve um pedaço da letra, arranja, apruma e convida alguns dos melhores músicos do planeta para executar, é basicamente isso. Mas a obra não é sobre uma criança musicista ou sobre qualquer tipo de superdotação. Ela apenas traz a reflexão de que toda criança é criadora por natureza, é poeta inocente, é a personificação da própria divindade, está tudo ali, e estimular ou simplesmente deixar vir à tona a arte pueril, pode fazer com que ela preserve a sabedoria que acreditamos se perder com a maturidade. 

Tá Tudo Bento é nome do álbum e também da música que choramos ouvindo e cantando no primeiro dia em casa, após o nascimento. É uma expressão que acredito ter surgido no parto, que diz que doeu mas tá aí, ó! Falo do parto por que falo da mãe, falo da Su, gestora e canalizadora das emoções, que coloca pra voar, acorda tarde mas acorda dançando, o menino tem pai artista… mas tem mãe musa, que chora com qualquer poesia solta, que elabora contexto justificando a genialidade da cria. 
 
Até parece um disco infantil. Mostrei Dinossauros e ao falar que era música do Bento ouvi de uma amiga – nossa, achei tão maduro. Eu também! Por isso a coloquei em primeira faixa, entendo ser ela a síntese do trabalho. Me vi como a Su, arranjar as músicas e colocar gente incrível e que gosto muito pra tocar, foi como elaborar um nobre contexto para justificar a genialidade que me felicito por ter percebido. Dinossauros já morreram! A criança alerta aos que se fazem desentendidos. E vocês aí, de boca aberta! Ela continua, protestando contra o torpor em que vemos as gentes grandes fazendo coisas erradas. Mas era isso que ele queria dizer? Quem sabe. Não fico perguntando pra artista se eu entendi certo, além do que, já me disseram que eu sorrio demais pra quem escreve tanto protesto, interpretei assim. 
 
Mas tem brincadeira de criança também, Do Rato Ficou o To é composição do Bento com a Su, claro que coloquei um dedinho ali, mas é um jogo de palavras cantadas que eles inventaram  movendo peças de um quebra cabeça com tema de bichos. Nela inseri um maracatu pesadão com a ideia de que brincar com criança é uma festa, mas também é coisa séria, e deixa a gente quebrado ao final, uma folia de ladeira com um monte de crianças tocando o terror me pareceu bem apropriado. 
 
Toda Criança fala da possibilidade que deveria ser regra. Observo meu menino e a felicidade eufórica que ele deixa transparecer, mesmo quando quero dormir, me faz refletir que toda criança merece isso, toda criança deve ser feliz assim, um jazz cigano apoteose com o Passo Largo (uma banda sensacional) é o som mais feliz que imaginei pra ocasião. 
 
Parados no semáforo, não raro Bento canta – Sinal Amarelo, atenção, sinal vermelho, pare, sinal verde, pode ir pro seu mercado. Ele vem de família de zoadores, por parte da mãe, de forma que sempre achei que ele tava zoando minha rotina, para descontar canto a rotina dele na segunda parte, com tantos afazeres, de quem fica fora de casa em turno integral, que mal respiro entre os versos, um forrozinho chamuscado com a sanfona do Tio Juninho e as guitarras esbaforidas do Tio Marquinhos. 
 
Cantiga de Acordar até poderia ser para dormir, com sua toada macia de violão e baixo acústico é das canções mais sinceras que já compus. Faltava uma música pro disco e decidi que tinha que dizer umas verdades mais diretas também, os que acompanham minhas subjetividades sabem que posso estar exagerando, mas é um toque de pai, daquelas coisas que você fala pra criança enquanto ela dorme gostoso no seu colo, que você espera que adentre seu inconsciente ajudando a moldar o indefinido. 
 
O Anjo talvez seja a mais fofa e pesada, ela fala da morte, do eterno fim com o qual convivemos e temos que saber lidar. Fala dos fins que geram começos. Assim que surgiu, Su defendeu que deveria ser tema de campanha de doação de órgãos.
 
Certa vez, enquanto Bento brincava só, foi pegar o violão pra inventar alguma coisa que ele disparou, pai, pai, não quero ficar só, quero ficar com você, brinca comigo, por aqui é todo mundo muito colado e acho que às vezes o menino não entende a distância espiritual, quando a gente adentra uma obra e desaparece, faço muito isso, ele fica doido, Meu Pai fala disso, mas dessa vez ao invés de largar o violão para brincar, o fiz se sentar ao meu lado e compor comigo, brincar comigo. Ela começa com o som da agulha riscando o vinil, que é uma de minhas memórias afetivas mais fortes relacionadas a meu pai, ali começou minha relação com o som, percebendo a relação que ele tem com a música. Isso é outra coisa linda em ser pai, entender melhor nossos próprios pais.  

ilustração de dinossauro verde em aquarela, especificamente um Tiranossauro Rex
Ilustração de estrela em aquarela

Vavá Afiouni

Sobre

Ilustração de estrela em aquarela

Vavá é baixista, violonista, compositor, cantor, produtor musical e curador. Além de seu trabalho solo integra também as bandas autorais Passo Largo (rock instrumental) e Remobília (nova formação da Móveis Coloniais de Acaju). Enquanto baixista, Vavá é constantemente convidado a acompanhar músicos reconhecidos, como Otto, Bnegão, Mariana Aydar, Manoel Cordeiro, Siba, Carlos Malta, dentre outros, somando shows pelo Brasil e exterior. 
 
Artista versátil, Vavá Afiouni transita também por musicais – como “Eu vou tirar você desse lugar – Canções de Odair José”, com o qual já recebeu prêmio de melhor trilha sonora de musicais; e o mais recente, dirigido por Oswaldo Montenegro e com participação de Zélia Duncan. 

Para o cinema, criou e executou ao vivo, junto a banda Passo Largo, trilha sonora para o consagrado filme mudo “Metrópolis”, de Fritz Lang, de quase três horas de duração. Com o curta “Cabeças”, de Bruna Carolli, ganhou melhor trilha sonora pelo Festival de Cinema do Paranoá. Ainda em premiações, ganhou melhor música instrumental pelo Festival de Música da Rádio Nacional; Melhor Música com Letra pelo Festival de Música da Universidade de Brasília, sendo segundo lugar no ano seguinte. 
 
O artista é deficiente auditivo de nascença, e ouve tudo meio diferente, como ele costuma dizer. Com cerca de 40% de audição, Vavá desenvolveu uma linguagem única enquanto baixista e compositor: "O começo da minha educação musical foi meio no escuro, então, era muito mais fácil criar algo novo do que tentar repetir. Como eu ouvia tudo meio torto, como quem enxerga turvo, minhas composições começaram a sair meio assim também", brinca ele.

ilustração de planeta em aquarela com tons de azul
ilustração de planeta em aquarela com tons que variam entre laranja e rosa

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Logomarcas: FAC - Fundo de apoio à cultura do distrito federal, realização: Su e Maribá Produções, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo do Distrito Federal
Ilustração de estrela em aquarela
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